Onde os sonhos são imperfeitos e sonhamos com a imperfeição...

12 de fevereiro de 2011

Cartas à Sophya II

Achei que tinha partido, mas pelo jeito me enganei.

Mesmo depois de anos perambulando e levando minha vida como uma pessoa despreocupada, percebi que na verdade estava despreparado para aguentar a carga que esse sentimento. Mas no fim das contas, você acaba voltando para os meus sonhos. Por que essa minha maldita mente não consegue te deixar, mesmo sabendo que nossos mundos jamais se unirão?!

Passo cada manhã me direcionando ao meu novo destino, mas minha mente se perde quando se pergunta como vai você. Fico ligeiramente curioso para saber se sua inspiração ainda movimenta sua vida como movimentava antes. É estranho, não é? Percebo que tanto você como eu tentamos encontrar respostas diferentes a partir da mesma fonte, a inspiração. Mas pertencemos a mundo tão diferentes, e, infelizmente, tanto a sua vontade quanto a vontade desse mundo nos torna pessoas distantes. Por que a vida deve seguir essas regras?

Decidi não mais me torturar por nada que aconteceu, querida Sophya. Mas é óbvio que ainda penso em como a nossa vida poderia ter sido diferente se nossas vidas fossem diferentes. Não culpo você ou a mim, nem sei se essa vida é melhor ou pior. Não sei se tudo é exatamente do único jeito que poderia ter sido para que nossas vidas tomasse o rumo que mais lhe agradariam, que mais nos tornasse seres humanos perfeitos para nós mesmos. Não sei o que o futuro me prepara, mas desejo que seja melhor do que o passado.

Só lamento minha decisão precipitada, minha falta de coragem para levar a vida que deveria. Minha falta de caráter para não lhe colocar em primeiro plano e fingir que não há nada. Lamento pelo meu egoísmo de não querer que nada mudasse na hora que não devia mudar.

Mas a decisão de levar minha nova vida e ser feliz com ela, faz-me esquecer esses lamentos. Mas há algo que ainda falta, e, por alguma razão, ainda acho que seja você.


Lorhien Wolpart

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