Onde os sonhos são imperfeitos e sonhamos com a imperfeição...

16 de março de 2012

Sem título

Não sei se é a conversa com amigos, não sei se é a falta de álcool no sangue, não sei se é o dia nublado e chuvoso... Não sei o que me levou a escrever isso. Estou aqui, preparado para sair e andar, para sentir o vento no rosto e esquecer algumas coisas. Estou aqui, vivenciando cada dia minha vida passar me deixando a sensação de que alguma coisa ainda falta.
Não estou preocupado com o trabalho ou com o estudo. Já estou acostumado com a responsabilidade que eles trazem, não perco mais sono com eles. Mas estou preocupado que eu faça apenas isso em minha vida. Estou preocupado que eu não volte a sentir aquilo que já senti na adolescência. Estou preocupado que eu não possa ter alguém para abraçar em uma noite de frio, alguém para confortar em qualquer momento, alguém para dividir minhas glórias e meus fracassos, alguém que possa dividir suas glórias e seus fracassos comigo. Não menosprezo o valor de meus amigos, mas é fato que já não é mais como antigamente. Eles estão com suas preocupações, talvez muito maiores que as minhas, e com as pessoas que os fazem bem, mesmo quando discutem.
Não estou com raiva nem chateado com eles. Mas, por mais que me doa admitir isso, tenho um certo sentimento horrível que as vezes se apodera de mim, a inveja. Felizmente, esse sentimento não é forte, é apenas uma pequena pontada que me dá quando percebo como eles são felizes, como eles sorriem um com o outro, como você consegue ver duas pessoas serem uma só, completa e perfeita, mesmo com as discussões. De fato isso é o que eu queria para mim em boa parte do tempo. Tento me esconder por ideologias e certezas que eu mesmo não tenho. Tento não criar laços mais fortes, para que nem eu e nem outras pessoas sofram quando eles tiverem que, por algum motivo, serem rompidos. O fato é que minha carreira e minhas vontades me fazem não criar laços, para que não seja doloroso depois.
Mas eu quero algo mais. Algo que me faria fugir, me esconder a céu aberto e sentir a brisa cortando meu rosto. Quero um sentimento que me complete, que me torne único. Quero alguém ao meu lado para que eu possa abraçar, proteger e ajudar a esquecer tudo de mal. Não é que eu precise disso, não vou morrer se eu não conseguir isso, mas sei que minha vida seria muito mais completa se um dia eu estivesse em outro lugar, com uma pessoa que habite meus sonhos vivendo o próprio sonho.
E agora estou aqui, expondo um pouco de meus pensamentos. Expondo a verdade de meu caminho. Esse sou eu, sem máscaras que criam uma pessoa que não é a real. Esse sou eu, forte como nunca estive, pronto para admitir para mim mesmo aquilo que quero e pronto para viver.

Evandro Silveira de Pontes

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