Onde os sonhos são imperfeitos e sonhamos com a imperfeição...

18 de abril de 2011

Escrita Diária 3

     A vida passa mais rápido a cada ano. Cada vez também se torna mais difícil leva-la adiante seu corpo todo dia para sua rotina e fazer com que sua mente não sucumba ao desepero aterrador de uma mente destruída pela falta de liberdade e condições. Cada vez mais a sociedade vai moldando ainda mais você da forma que ela quer: "Vá estudar sem reclamar", "Vá trabalhar sem reclamar", "Vá passear sem reclamar", "Continue andando, a vida não pára". Realmente, a vida não pára para você, mas você pára para a vida?



     Cada dia que passa você se torna mais robotizado e sua vida vai deixando de ter valor, e você fica assistindo a tudo isso de camarote. Resultado disso? Desespero. Mas não se preocupe, é só enquanto ela ainda não perde o valor, depois que ela passou dessa etapa você já nem se importa mais. Um alívio, não concorda? Pois eu não. Não perceber que sua vida não tem mais valor é não saber o que a vida ainda é para você. Mas não se preocupe, a vida de muitos já perderam o valor há muito tempo, mas foram inseridos valores pré-fabricados pela sociedade durante muito tempo.

     Por favor, não confunda as coisas. Isso não quer dizer que você deve reclamar de tudo. Definitivamente não. A vida não é reclamar de tudo, mas não se tornar um ser monótono com seus olhos mortos e mente vazia.

     Há muito tempo essa rotina de vida está me destroçando, e há muito tempo luto para que não perca de vez a sanidade (péssima escolha de palavras, afinais os insanos são, provavelmente, as pessoas mais sãs que existem, com maior consciencia da realidade), luto para que minha mente não seja deteriorada pela rotina massificadora.

     Sinceramente, acordar todo dia antes do Sol nascer no horizonte, me arrumar, andar até a estação de trem, subir em um vagão lotado, levar duas horas para chegar à faculdade, estudar por mais cinco, levar mais duas horas para chegar em casa, descansar durante três horas e começar a me arrumar para o trabalho, chegar tarde em casa e dormir apenas quatro horas todo dia, tudo isso é uma ótima ferramente, a arma praticamente perfeita para que minha mente fosse destruída, transformada em apenas uma junção de músculos (corrijam-me se estiver errado) que só saberiam viver para controlar, de forma automatizada, meu corpo. Por muito tempo já cheguei a pensar "Não aguento mais essa vida, queria jogar tudo para o alto". Sim, ela é insuportável.

     Então porque eu ainda acordo todo dia tentando sorrir? Já fui massificado e não percebi? Não. Todo dia penso e tento notar o que ainda há no mundo. Você sabiam que, mesmo em meio a cidade, passarinhos cantam? Sabiam que ainda existe nascer do Sol? Sabiam que a lua brilha durante o dia? Ah, você sabia? Tem certeza disso? Quanto tempo não vê uma cena dessa, mesmo tendo contato com ela todos os dias?

     Por isso tenho que agradecer às pessoas especiais de minha vida. Cada dia que acordo penso nelas e vejo que, por mais simples que nossos laços sejam, são os mais belos e sinceros. Agradeço todo dia por me fazerem sorrir enquanto quero desistir, por me fazerem cantar quando quero chorar, por me fazerem rir em momentos que quero me matar. Eles me mostraram que tudo que é simples é simplesmente luxuoso.



     Porque na verdade, simplicidade e complexidade são apenas abstrações que fazemos para nos enganar quando temos duas coisas exatamente iguais. Meu simples é tudo de mais complexo que tenho, tornando-se maravilhosamente perfeito. Meu complexo é tão simples que se torna tão maravilhosamente perfeito quando o próprio simples.


Obrigado à todos!


Obrigado Mãe, Obrigado Pai
Obrigado meus queridos irmãos
Obrigado Danilo e Guilherme, grandes amigos em minha vida
Obrigado Camila, que me ajudou em vários momentos que nem sempre são compreendidos
Obrigado Raíssa, por ser essa amiga companheira que chegou de repente e ficou
Obrigado Aline, Kelly e Sheila, por estarem comigo em todo momento
Obrigado Ana e Lari, por me aguentarem quando perco a paciência
Obrigado à todos que estão em minha vida

Lorhien Wolpart

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