Não são poucas as vezes que perco o sono...
Tenho agora uma campanheira durante as noites insones: a boa e velha escrita. Alguns me perguntam porque eu me perco tanto em meus textos que, não raramente, se contradizem. Gosto de escrever. Gosto de me perder em textos e poemas sem sentido que fazem com que a cabeça possa voar até o mundo perfeito dos sonhos.
Me perguntam diversas vezes por que eu escrevo sobre amor e ainda digo que não estou apaixonado. Gosto de falar de amor pois é o que muita gente descreve de forma dolorosa mas que posso descrever (e escrever) de uma forma diferente. Estar apaixonado é algo tão relativo que é difícil dizer com certeza algo. Não, não sei se estou ou não apaixonado. E, se estiver, não sei por que nem por que.
A vida é estranha não é mesmo? Olha que curioso exemplo: são duas horas da manhã e eu estou completamente sem sono, mesmo tendo acordado às quatro horas hoje. Para melhorar, estou sentado em cima da minha cama com uma folha de fichario em cima de um livro de física escrevendo o que vier em minha mente com uma xícara de café ao lado (café me ajuda a relaxar, sério...). É, derrubei duas gotas de café sem querer e, curiosamente, uma caiu e deixou uma marca na palavra "amor" e a outra na palavra "apaixonado". Não, não é um sinal. Sinais não acontecem dessa forma.
Estou divagando demais nesse texto, mas estou gostando de escrever sem rumo. Devo dizer que estar sem rumo é uma situação com a qual convivi durante minha vida inteira. As pessoas que me "conhecem" muitas vezes falam que eu devo ser uma pessoa com objetivos e metas muito claras para ter chegado onde cheguei. Mal sabem elas que eu simplesmente deixei as coisas acontecerem, jamais precisei enfrentar batalhar de verdade para conquistar algo. "Como assim? Eu te vejo e percebo que você batalha todo dia!", sim, já ouvi essa frase. Não sei, mas para mim, minha "batalha" diária é apenas uma rotina simples e tranquila, chego a pensar que ela é ligeiramente fácil. Não, isso não quer dizer que eu não me sinta esgotado, cansado mental e fisicamente, mas acredito que não devo ficar reclamando, pois há muita gente que enfrenta batalhas de verdade, bem piores que a minha. Vocês podem pensar que esse é um pensamento egoísta, mas tento todo dia parar de me importar tanto com a vida dos outros e me preocupar unicamente com a minha. Infelizmente, nem sempre consigo (na verdade, são raras as vezes que consigo). Não me entendam mal, não estou tentado passar uma imagem de bom moço altruista. Longe disso, chego a pensar muitas vezes que sou uma das pessoas mais egoístas que eu conheço, até mesmo nos momentos em que eu menos gostaria de ser...
Mas mudando de assunto e falando de coisas boas, recebi uma ótima notícia há algumas semanas. As duas pessoas que eu mais queria ver feliz no mundo estão agora realmente felizes, extremamente felizes na verdade, e eu arrisco a dizer que essa é daquelas felicidades eternas. Lamento uma coisa apenas: as vezes, bem as vezes (quase nunca, na verdade apenas em alguns pequenos momentos), eu percebo que queria ter uma forma de felicidade que fosse uma dizima da que eles possuem agora. Novamente, não me entendam mal. Sou feliz (bastante feliz na verdade), mas a minha é uma felicidade diferente. Minha felicidade se baseia em conquistas pessoais infundadas e na saude e felicidade de meus entes queridos. As vezes eu quero uma felicidade pessoal, que dependa apenas das emoções geradas no fogo do coração. Bem, acho que isso mostra muito bem o que quis dizer sobre eu ser egoísta...
Bom, o relógio acaba de me lembrar que preciso dormir um pouco, afinal, daqui a pouco terei de prosseguir com as responsabilidades de um jovem adulto estudante. Mas, antes de ir, quero dizer que mais uma gota de café caiu de minha xícara agora a pouco (tenho que aprender a beber direito, mesmo de madrugada), dessa vez a palavra marcada foi "felicidade".
Acordem bem e aproveitem o dia, meus queridos leitores.
Evandro Silveira
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